segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Gente passarinho




De penas amarelinhas e cinza, com um toque de branquinho pelo corpo, era mesmo um lindo passarinho. Solto pelos ares, ele parecia gostar muito de sua imagem. Tanto que num belo dia de verão estava ele lá, se namorando no vidro de um carro, daqueles escurecidos que refletem a imagem de quem quer ver o que tem lá dentro.

Disseram que ele estava namorando uma 'passarinha' que morava dentro do carro. E ele estava tão apaixonado que bicava o vidro insistentemente pra libertar a sua amada. Mas só do interior do carro dava pra ver a 'passarinha', que mesmo assim foi libertada pela dona do carro e seguiu seu caminho.

Os dias foram correndo, e seis deles já eram passados. Em todos eles o passarinho estava lá, e bicava o vidro do carro até sangrar. Cobriram os vidros com pano, mas ele os retirava. Que busca incessante no mesmo lugar!

Acharam que ele estava se namorando. Narciso, quem sabe? Ou talvez, em sua imagem refletida, ele vira um outro pássaro. Algo como aquilo de olhar e não se ver. E por sete dias ele bicou, sangrou, se machucou e não houve quem o fizesse parar. Pobre passarinho...!

Que coisa mais irracional! – ouvi um casal comentar. Como ele pode se machucar desse jeito por tanto tempo e continuar a agir da mesma forma?

Coisas de passarinho, oras.

Será?

No sétimo dia ele finalmente se libertou dessa rotina. Desistiu?

Não. O carro finalmente foi embora, levando com ele todo aquele conflito. E o passarinho não entendeu nada quando chegou ao local de costume e não encontrou mais o carro/pássaro de quem já ficara íntimo.

Fiquei ali olhando pela janela e pensando: como somos gente passarinho...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sabor de gentileza


Ele passou pelos corredores e entrou de sala em sala. Bem vestido e sorridente, ele disse que viera se despedir. Deu um abraço e um mimo para cada um que encontrou. Eram pessoas que, de alguma forma, fizeram parte de seu caminho. Na embalagem caprichosamente amarrada com fitilho dourado, um cartão de despedida e dois saborosos doces. Foi esse o sabor que ele escolheu para a sua despedida.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Será mesmo sorte?


Fiquei ouvindo ele falar sobre as histórias de pessoas que sobreviveram ao desastre do Rio de Janeiro. Que sorte tiveram essas pessoas! - ele dizia enquanto contava o caso de uma família que deveria estar no local, mas não estava. A mulher se atrasou pra sair do trabalho e o filho... bem, não me lembro mais o que o filho foi fazer, mas me lembro que a história me impressionou naquela hora, e continuou martelando na minha mente por dias a fio. A casa não está mais lá. Era para eles estarem mortos, mas estão vivos. Por que?

Ele disse que foi sorte, mas eu não me conformaria com tal explicação com toda aquela urgência de ser conclusiva, mas que só faz deixar as coisas no ar. Afinal de contas, quantas pessoas morreram ali!? Provavelmente perto de mil. Às vezes penso mesmo que, em muitos casos, sorte e azar são palavras que usamos quando não queremos admitir que tudo está nas mãos de Deus, e muita coisa está também em nossas mãos.

Luz e paz a todos!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pra fazer de 2011 um Ano Novo




Andei passeando por alguns blogs amigos e vendo as reflexões de início de ano. Pensei logo:
- Cadê minha bússola? Ainda não tracei minhas metas para 2011. Gosto de ter um rumo pra navegar...



Então me veio à cabeça:
- Se eu tivesse que resumir em uma frase tudo o que eu quero pra esse ano, qual frase seria?

A primeira resposta que me ocorreu resumiu um pensamento que tenho cultivado e tentado (claro que com dificuldade) colocar em prática. Então aí vai:

Em 2011 quero ser uma pessoa melhor em um mundo melhor!

E você? Qual é a sua meta em 2011? O que quer escrever em seu livro esse ano?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Palavras mágicas


'Te adoro simplesmente por te adorar'...
-sorriso-

(quanto tempo pode durar o efeito?)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

À Espera dos Filhos da Luz

Minha primeira leitura de 2010 foi esse delicioso romance recheado de mensagens de todas as origens, mas com o único objetivo de nos encher de coragem e esperança diante da vida. Quem teve preconceito ao ver a apresentadora Ana Maria Braga se lançar no mundo da literatura pode estar perdendo a oportunidade de ler um romance leve e inspirador.

'À Espera dos Filhos da Luz' se passa na Idade Medieval, e conta a história de Ana Clara, uma menina criada pela mãe na floresta, que na adolescência se descobre um ser predestinado.

Ana Clara tem acesso a informações importantes contidas em antigos pergaminhos secretos que somente os Filhos da Luz podem ler. A partir daí, a menina começa a ouvir seu coração e muda o curso dos acontecimentos da região usando apenas o poder do amor.

No decorrer da história, vários sentimentos aparecem: o amor, a inveja, a coragem, o medo, a esperança, a desilusão, a fé, a confiança, a traição... As virtudes e imperfeições do ser humano são o material principal da história. Mas o mais importante são as descobertas que vamos fazendo junto com Ana Clara.

Fica fácil perceber, a cada página lida, que pequenas atitudes podem resultar em grandes transformações para nossa vida e para a vida das pessoas que estão ao nosso redor.

Enfim, vale a pena ler esse romance!