Uma questão de ponto de vista

Toda situação aparentemente ruim tem sempre por trás muita coisa para nos ensinar. A primeira reação quando a situação se apresenta normalmente é de tristeza, desânimo, sensação de injustiça. Mas se partirmos de uma visão espiritualista, e acreditarmos que, de acordo com as leis de Deus, injustiças não existem, sobram as perguntas: o que tenho para aprender com isso? Para que isso está acontecendo?

Nessas ocasiões, se conseguimos nos afastar um pouco do que estamos sentindo, percebemos que os problemas nos obrigam a exercitar virtudes como a compaixão, a paciência, a tolerância, a humildade e outras. Muitas vezes evitamos determinados posicionamentos para evitar um confronto de ideias, mas aí a vida nos coloca em um ponto limite, que nos obriga a mostrar a que viemos. Outras vezes nos deparamos com julgamentos de pessoas que parecem nem saber quem somos, ou que por algum motivo precisam não reconhecer o que vêem. Nessas horas é importante que pelo menos nós saibamos quem somos. Auto-conhecimento. É daí que vem nossa força.

Dalai Lama dizia que ter um inimigo é muito ruim porque perturba nossa paz mental e destrói algumas de nossas coisas boas. Mas, segundo ele, se conseguimos ver por um outro ângulo, somente um inimigo nos dá a oportunidade de exercer a paciência. Ninguém mais do que ele nos concede a oportunidade para a tolerância. Já que não conhecemos a maioria dos seis bilhões de seres humanos nesta terra, a maioria das pessoas também não nos dá oportunidade de mostrar tolerância ou paciência. Somente essas pessoas que nós conhecemos e que nos criam problemas é que realmente nos dão uma boa chance de praticar a tolerância e a paciência. Pense nisso!