
Desde que criei o blog tenho pensado muito sobre o papel do jornalismo, talvez até mais especificamente dos jornalistas. Somos divulgadores de notícias, e, muitas vezes, uma espécie de tradutores do mundo. Grande parte das pessoas formam suas opiniões, até sobre lugares onde nunca pisarão, a partir do que decidimos que é notícia.
Às vezes, enquanto cidadãos, abrimos um jornal e achamos que o mundo está a beira do caos. Mas será esse o cenário verdadeiro? Tudo, ou quase tudo, que é noticiado realmente aconteceu, mas e o que não está na mídia? O mundo é muito mais do que pequenas ou grandes tragédias, novelas, celebridades, escândalos e avanços tecnológicos.
Para mim, as notícias que mais merecem nosso empenho na divulgação, enquanto jornalistas ou até blogueiros, são as que envolvem pessoas ou acontecimentos que mudam o mundo, ou pelo menos a vida de outro indivíduo, para melhor.
Não estou defendendo a alienação, e sim o equilíbrio. Bom exemplo foi o Prêmio Gentileza, oferecido pela Rede Globo Minas em abril. Durante todo o mês foram exibidas matérias sobre ações realizadas por cidadãos comuns em prol da coletividade. Coisas simples como cuidar da limpeza de uma rua, coletar pilhas para reciclagem, fazer enxovais de bebê para mães necessitadas, ensinar uma profissão a alguém. Isso atende perfeitamente aos critérios de noticiabilidade, e mais importante que isso, estimula a prática de tais ações na sociedade.
Quando ligamos a TV e vemos que existem pessoas assim, nossa esperança e senso de cooperação se ascendem. Vi isso acontecer na minha casa. Minha mãe sabe costurar e gostou tanto da idéia da senhora que faz roupinhas de bebê, que acabou indo trabalhar como voluntária no projeto.
E quanto mais pessoas o jornalista conseguir sensibilizar, através das notícias, maior será a sua contribuição social. Não seria esse um dos papéis do jornalismo? Então, já encontramos o início da estrada! Estamos a caminho...